quarta-feira, 27 de abril de 2022

Estagios de desenvolvimento - Henri Wallon

 




Henri Wallon é um dos defensores do interacionismo, que entende que os indivíduos se desenvolvem a partir de suas características biológicas, em interação com o meio onde vivem. Autor da Teoria Psicogenética do Desenvolvimento, Wallon propõe uma série de estágios do desenvolvimento, que podem ajudar o professor a compreender os processos de aprendizagem das crianças e adiantar as possibilidades das fases posteriores. Para o pesquisador francês, os estágios não são etapas rigidamente estabelecidas, porque os conflitos internos e externos das crianças promovem reviravoltas que compõem os percursos individuais.








ESTAGIO IMPULSIVO (0 A 3 MESES) - EMOCIONAL (3 MESES A 1 ANO)


LINHAS GERAIS

MARCOS DO DESENVOLVIMENTO

RECURSOS DE APRENDIZAGEM

Estágio predominantemente afetivos (isto é, tudo afeta o bebê).


Os alimentos fundamentais da criança são a comida e as relações com as pessoas.


O bebê tem o olhar voltado para si, para o autoconhecimento.




Impulsividade – de 0 a 3 meses:

  • Explora o corpo

  • Realiza movimentos bruscos e descoordenados.

  • Responde à sensações internas do corpo e às externas, do mundo à sua volta.


Emoções – aos poucos (3 meses a 1 ano):

  • A criança imita, seleciona e aprende quais movimentos e gestos a aproximam das pessoas (balançar os bracinhos, sorrir, gritar etc.) porque assim garante para si afeto, cuidados e bem-estar.

  • Aprende a expressar suas emoções com gestos e expressões que padroniza e relaciona às diferentes emoções: Alegria, raiva, medo, interesse etc.


Liga-se ao cuidador por meio do contato com a pele, pelo olhar e pelo toque.


Ao interagir com objetos e pessoas, os bebês experimentam sensações e emoções e descobrem o mundo.




ESTAGIO SENSÓRIO-MOTOR (12 A 18MESES) E PROJETIVO (18 MESES A 3 ANOS)


LINHAS GERAIS

MARCOS DO DESENVOLVIMENTO

RECURSOS DE APRENDIZAGEM

Com a fala e a marcha em pleno desenvolvimento, existe predominância da cognição.


A criança tem o olhar mais voltado para o mundo externo e quer descobrir e aprender sobre o que a cerca.


Com as experiências que vive, vai se diferenciando do mundo.



Período Sensório-motor – 12 a 18 meses:

Explora o espaço físico, discriminando e definindo a ideia que faz das pessoas, dos objetos e dos espaços: quer descobrir como são, como funcionam e o que pode fazer com eles.

  • Como se desloca com crescente destreza, modifica o ambiente

  • Com o desenvolvimento da fala, pode fazer representações e começa a compreender os símbolos. O faz de conta começa a existir e ficar cada vez mais complexo.

  • Exercita a inteligência prática para resolver problemas concretos. É afetada pelo que está presente e sabe organizar as situações para atingir seus objetivos.


Período Projetivo – 18 meses e 3 anos:

Faz imitações e simula situações. É o início da atividade simbólica.

  • Cria e resolve problemas nas brincadeiras e pensa em estratégias para conseguir o que deseja.

Oferecer situações, materiais e espaços diversificados.


Valorizar as perguntas e questionamentos das crianças e corresponder aos seus desejos de pesquisa e brincadeiras.


Favorecer a construção de cenários para o faz de conta, disponibilizando materiais potentes como caixas, caixotes, tecidos, bonecos, carrinhos, entre outros.


Aproximar as crianças da literatura e observar as brincadeiras para propor desafios e enriquecer o repertório.





ESTAGIO PESONALISMO (3 A 6 ANOS)


LINHAS GERAIS

MARCOS DO DESENVOLVIMENTO

RECURSOS DE APRENDIZAGEM

É a fase de se descobrir diferente do adultos e das outras crianças, de estabelecer relações com o mundo.


Com o predomínio da afetividade, a criança é afetada por tudo, se emociona e se sensibiliza. Está mais voltada para si, para o autoconhecimento.


Com as experiências vividas, aprimora as respostas às emoções e sentimentos e, com o autocontrole pode até escondê-las.


É uma fase caracterizada pelo ciúme, em que a criança demanda exclusividade nas atenções e é possessiva com seus objetos.




Características marcantes das relações interpessoais:

  • 3 a 4 anos – crise da oposição. Insiste em dizer “não” para conquistar sua autonomia> não; não quero; não gosto, não vou; é meu. Uso do pronome “eu” no lugar do nome para se identificar.

  • 4 a 5 anos – idade do narcisismo e da graça. Sabe seduzir, convencer, agradar.

  • 5 a 6 anos – representação de papéis: o outro é um modelo a ser imitado.

Fundamental:

  • Garantir opções e oportunidades de escolha.

  • Reconhecer, respeitar e valorizar as diferenças que vão se mostrando no dia a dia.

  • Lidas com as atitudes de negação compreendendo que fazem parte do desenvolvimento.

Do ponto de vista afetivo:

  • Chamar a criança pelo nome.

  • Assegurar que está sendo vista e acompanhada pelo olhar do adulto.

  • Oportunizar que se expresse e que seja reconhecida no grupo.

Garantir:

  • Atividades que evidenciem as diferenças entre as crianças: ele faz assim e eu do outro modo; ele gosta de azul e eu de amarelo, ele desenha a casinha e eu o cachorro.

  • Momentos de interação com crianças de diferentes faixas etárias.









- Bibliografia consultada

ALVARENGA, Abigail. Afetividade e processo ensino-aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. Psicologia da educação n.20 São Paulo jun. 2005

CAMARGO, Marynelma. A EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLARIZAÇÃO DA PEQUENA INFÂNCIA. 2006.


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