Henri Wallon estudou o desenvolvimento da criança e os contextos educativos escolares. O autor trata os três campos funcionais – motor, o afetivo e cognitivo – de forma indissociável. Para ele, seria impossível separar, já que o desenvolvimento de um causa impactos nos demais. Sendo assim, com nas suas teorias, o processo de desenvolvimento acontece na tentativa da criança superar conflitos e crises.
Wallon acredita que durante o processo de crescimento, as pessoas precisam de momentos de dificuldades para desenvolver conhecimento. Para ele as escolas devem criar situações educativas para direcionar as crises. De acordo com Henri Wallon, a dinâmica do desenvolvimento é complexa, não é estática e homogênea. Os fatores orgânicos são os responsáveis pela sequência fixa que se verifica entre os estágios do desenvolvimento e podem ter efeitos transformados pelas circunstâncias sociais ou pelo sujeito.
O ritmo de desenvolvimento é marcado por rupturas e reviravoltas. Por isso, a passagem de um estágio para outro não é simples. Tornando o desenvolvimento infantil repleto de conflitos.
Wallon traz alguns estágios para explicar o desenvolvimento infantil alguns deles são:
Impulsivo
emocional – Henri Wallon acredita que na fase Impulsivo-emocional,
que corresponde ao primeiro ano de vida, há a predominância da
afetividade e sentimentos. Para ele, faz mediação da relação da
criança com o mundo.
Sensório-motor
e projetivo – A fase sensório-motor e projetivo vai até os 3
anos. Nessa idade, a coordenação motora permite que a criança
desenvolva sua autonomia, explore os espaços e manipule objetos.
Esses pequenos movimentos podem ajudar com a projeção de
pensamentos.
Henri
Wallon e a educação: personalismo – A fase do personalismo vai
dos 3 aos 6 anos e é quando a criança se percebe como parte do
mundo. Portanto, é quando reconhece seu corpo, começa a demonstrar
seus interesses e se associar com pessoas.
Estágio
Categorial – Na Categorial, que corresponde a partir dos 6 anos, os
processos intelectuais são vistos como guia de interesse da criança
para o conhecimento e o domínio do que se passa no mundo.
Predominância
funcional – Na Predominância Funcional, a criança, por meio das
interações sociais, demonstra seus interesses pelas pessoas.
Segundo Henri Wallon, há crises existenciais, mudanças no corpo
dadas por causa do crescimento e transformações hormonais e novas
relações sociais. Corresponde a adolescência
Conseguimos
perceber alguns estágios da tese de Wallon no trabalho de Marynelma,
ela desenvolve reflexões sobre o movimento corporal da criança no
seu processo de aquisição e construção de conhecimentos, com base
nos estudos de Wallon.
No seu trabalho ela traz a pequena infância da criança com uma fase de desenvolvimento do corpo, o movimento constitui a matriz básica da aprendizagem pelo fato de gestar as significações do aprender, ou seja, a criança transforma em símbolo aquilo que pode experimentar corporalmente, e seu pensamento se constrói, primeiramente, sob a forma de ação. A criança pequena necessita agir para compreender e expressar os significados presentes no contexto histórico-cultural em que se encontra. Percebemos também que ela traz cada um dos campos funcionais (o motor, o afetivo, o cognitivo e a pessoa que integra todos os outros) como fonte para a sua tese, esses campos apresentam uma identidade estrutural e funcional diferenciada. Mas esses campos estão de tal forma integrados que cada um é parte constitutiva dos outros, de modo que a separação se faz necessária somente para a descrição do processo de desenvolvimento.
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